Dentro del marco de las actividades académicas del Programa Internacional de Doctorado Tradução & Paratradución (T&P) y del Mestrado em Tradução para a Comunicação Internacional (MTCI) –MESTRADO UNIVERSITÁRIO COM EXCELÊNCIA DA XUNTA DE GALICIA–, el próximo jueves, 9 de marzo de 2023, a las 10.00 h y en el Salón de Actos de la Facultade de Filoloxía e Tradución (FFT) de la Universidade de Vigo, el Profesor Alberto Alvarez Lugris moderará la presentación del libro de Igor Lugris y Sandra R. Grey titulado
Livro alheio. Antologia de traduções de Haroldo dos Santos
Resumen en portugués del libro
Esta obra recolhe fragmentos das traduções realizadas por Haroldo dos Santos entre 1961 e 1999: quase 40 anos de criação, transcriação e tradução resumidos em 128 páginas que oferecem uma crestomatia diferente e plural. A brasileira Xandra R. Grey, professora na Universidade Federal de Santa Catarina, e o galego Igor Lugris, investigador do Instituto Gallaecia de Altos Estudos Culturais, foram as encarregadas de terminar o projeto começado polo próprio Haroldo em 2006, e que ficou inconcluso devido ao seu falecimento. O livro abre-se com duas citações fulcrais, uma de Bernardo Atxaga e outra de Lavinia Itzá, as duas indicando (sendo coerente com o conjunto da obra), o nome das pessoas responsáveis da tradução:
«Dirán que son un autor acabado, incapaz de escribir un libro por min mesmo, e que por iso recorro á obra allea; porén, a verdade derradeira é outra».
Bernardo Atxaga, Soinujolearen Semea, O fillo do acordeonista (2003) (Traduzido por Ramón Nicolás Rodríguez, na edição galega de Xerais, Vigo, Brasil, 2004).
«Não há, porém conceito de plágio; foi estabelecido que todas as obras são autoria de uma só pessoa, atemporal e anônima».
Lavinia Itzá, One writes, Uma pessoa escreve (1971) (Traduzido por Angélica Freitas, para Editora 34, São Paulo, Brasil, 2005)
Tal e como recolhem ambos os autores na contracapa, é preciso achegar-se a esta obra livres de precauções, preconceitos e prevenções. É este um texto que mostra que a Ciência da Literatura, a Literaturwissenschaft, não é sempre assim tão científica, e que a Literatura nem sempre é assim tão literária. O que se nos oferece é uma edição que inclui uma Introdução, onde realizam uma breve análise do trabalho desenvolto por Haroldo, assim como uma Nota biográfica, com os dados mais importantes do nosso autor, para completar e contextualizar o trabalho de Haroldo dos Santos. Temos ante nós uma obra literária, onde se amalgamam e misturam as obras de múltiplos autores e autoras, e que, entre outras cousas, pretende debater sobre o conceito de autoria (mesmo a partir das citações iniciais do volume) e de criação, recriação, plágio, fontes literárias… jogando, entre outras cousas, com conceitos como a polifonia, a intertextualidade ou as isotopias. Com nomes e apelidos reconhecíveis (Cortázar, Woolf, Bolaño, Michel, Sartre, Mistral, Burnout…), e outros que serão uma verdadeira descoberta (Reyes Heredia, Gaurem, Grünen Danz, Trilore, Marinelli, Descotte…), Haroldo tece com a sua antologia de traduções uma única voz que, como toda obra literária, pretende provocar-nos: até onde é que podemos transcender os limites? Até onde é que aceitamos ou que se torna possível abolir os géneros e apagar as suas fronteiras? Há uma definição possível para toda a literatura possível?
Os dous responsáveis da obra fazem um apelo a leitoras e leitores na sua Introdução, reproduzindo as palavras que o mesmo Haroldo utilizou para apresentar a sua obra Linguagens selvagens, de 1986: «Não se predica a transgressão, pratica-se: como forma imprescindível da linguagem, como fundo necessário do pensamento. Fugir da imposição da escrita; deixar para trás a opressão da norma. Provisoriamente definitivo, definitivamente provisório, começar o final finalizando o começo que nos persegue. A questão será ficar conforme com aquilo que já sabemos, ou aceitar o abismo do desafio de sermos aquilo que não conhecemos?»
Bionota en portugués de Igor Lugris
Licenciado em Filologia Hispânica pola Universidade de Santiago de Compostela, Igor Lugris é atualmente professor de Lengua y Literatura Castellana em um IES de Ponferrada, O Bierzo, onde reside desde há 20 anos. Anteriormente, tem desenvolto diversas atividades profissionais (moço de armazém, jardineiro, auxiliar administrativo, trabalhador da hotelaria, teleoperador…). Tem publicados cinco livros individuais de poesia: Quem nos defende a nós dos idiotas? (Letras de Cal, 1997), Mongólia. Umha entidade estatal rugosóide (Artefacto editorial, 2001), O livro das confusóns (Ediçons Infinitas, 2006), Curso de Linguística Geral (Através editora, 2016) e Livro alheio. Antologia de traduções de Haroldo dos Santos (Através editora, 2022).
Para além disto, publicou textos em livros coletivos e revistas e publicações de diversas índole: Vis á Vis. Trinta e seis poemas e unha idea (1997, Grupo de apoio aos insubmissos Elias e Ramiro), Bestiario (1998, Edicións do Dragón), dEfecto 2000 (1999, Letras de Cal), Volverlles a palabra. Homenaxe aos represaliados do franquismo (2006, Difusora de Artes e Letras), etc…
Por vários anos manteve na rede o blogue Ovnis e Isoglossas (inativo na atualidade, mas ainda disponível em http://agal-gz.org/blogues/index.php/ovnis/), de onde lançou iniciativas como O cadáver na rede: Há umha certa luz incompreensível na distância, para a construção dum cadáver esquisito coletivo no que participaram várias dúzias de escritoras e escritores, ou Poesia para ver/Poesia para ler, onde combinava criação poética e desenho gráfico, com uma exposição que percorreu varias vilas galegas; ou a iniciativa Escreve o abecedário, que consistia em escrever distintos textos cada um com palavras a começar todas elas pola mesma letra.